CONGRESSO EM FOCO ©
A Secretaria de Comunicação (Secom) do Palácio do Planalto dispensou o diplomata Comarci Nunes Filho, que participou da reunião em que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus ministros discutiram o planejamento de um golpe de Estado. O diplomata estava atuando na Secom desde dezembro de 2023.
Como parte das decisões que integram o inquérito da operação Tempus Veritatis, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a publicação da gravação da reunião ministerial coordenada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 5 de julho de 2022. O encontro foi citado na delação de seu antigo ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, como o momento em que o presidente ordenou que as pastas colaborassem na campanha de sabotagem ao sistema eleitoral.
O diplomata, que estava na reunião com Bolsonaro, tinha sido escolhido para coordenar a equipe de audiovisual que faz a preparação e a cobertura das ações do G20 dentro e fora do Brasil. De acordo com reportagem do jornal “Correio Braziliense”, três diplomatas, entre eles Comarci, estavam na reunião. Também participaram do encontro o então secretário-geral do Itamaraty, Fernando Simas Magalhães, que estava representando o chanceler Carlos França, e o embaixador André Chermont de Lima, à época chefe do cerimonial da presidência.
“Comarci Nunes Filho é do quadro do Itamaraty e foi convidado a integrar a equipe da Secom que trabalha no G20, mas isso ainda não tinha sido efetivado. Diante das novas informações ele não irá para essa equipe”, afirmou a Secom, por meio de nota.
Diplomata de carreira, Comarci foi designado em julho de 2021 para a função de assessor técnico da Secretaria-Geral do Itamaraty. Segundo o embaixador, foi por essa razão que ele estava na reunião de 5 de julho de 2022, ao lado de Fernando Simas Magalhães, que atualmente é embaixador do Brasil em Haia.
Na reunião, Bolsonaro relatou sofrer pressão de militares para impedir que adversários assumissem o governo. Ele também reforçou a narrativa de que sua própria vitória eleitoral em 2018 teria se dado em meio a uma fraude. “Se tá achando que eu vou ter 70% dos votos e vou ganhar como ganhei em 2018, e vou provar como que eu ganhei, o cara tá no lugar errado”, exclamou aos ministros.
Publicidade
Confira a íntegra do vídeo: