JORNAL DA PARAÍBA //
Centro de Educação Popular
Na zona rural de Matureia, as placas instaladas no telhado do Centro de Educação Popular e Formação Social, uma organização sem fins lucrativos, geram diminuição de custos no trabalho de capacitação. “Na medida em que você tem um processo descentralizado de geração e distribuição isso não gera impacto, vamos dizer assim, gritantes para o meio ambiente. Então, barateia a energia e é de uma forma harmoniosa com a própria natureza. É um impacto insignificante”, explicar José Dias, diretor do Centro.


A iniciativa também virou exemplo prático dessa nova relação que o sertanejo deve estabelecer com o sol. “Quem vem pra aqui visitar, escolas, técnicos, universidades e outras organizações, buscam inspiração para replicar isso, em outras regiões e em outras unidades produtivas”, afirmou Dias.
Trabalho filantrópico

Depois de quase 30 anos de atividades intensas, esse Centro de Educação de Irmãs Carmelitas, em Princesa Isabel, teve que praticamente parar as atividades por causa da pandemia. Era março de 2019. Em alguns meses antes, no entanto, a instituição recebeu uma doação que no retorno efetivo das atividades, permitiu a geração e distribuição de mais conhecimento. O potencial já está sendo experimentado.
A Irma Terezinha explica que todas as atividades do Centro, agora, são feitas em ambientes que tem a energia solar como motor. “São seis placas, toda essa unidade. Não é só essa casa, mas a casa do mel, a gente tem o refeitório, a gente tem a casa lá de cima”, afirmou Terezinha Bezerra, coordenadora. A conta vinha salgada antes das placas R$ 400. Agora, as irmãs pagam R$ 100.
Irmã Sara, recém chegada ao Centro é que rega os viveiros de plantas. Com água puxada por um motor, alimentado pela luz do sol. “Vem da barragem. É enviada a água para caixa, chega lá na casa de cima e essa água da caixa faz a distribuição para todo o Centro”, destacou.
“Nosso foco principal é a criança e o adolescentes. Porque eles estão crescendo, é (sic) a semente cuidada para produzir. Mas também com a família porque a família é o berço, que fortalece isso tudo. A gente trabalha a questão da dignidade da pessoa, da confiança, o respeito com o diferente, o cuidado com a natureza, os princípios todos que nos faz está em harmonia com o outro, com a natureza. E a gente entende que Deus está presente nisso tudo”, relatou irmã Wilma, que atua no Centro.



Vinícius Honorato foi um beneficiados pela atividades do Centro ainda quando era criança e adolescente. Agora, na faculdade é monitor voluntário. “Participei de formação de cursos de música, de flauta e foi a partir daí que comecei a ter mais um envolvimento forte com essa comunidade”, registrou Honorato.
As placas foram doadas pelo Comitê de Energia Renovável do Semiárido. O grupo é formado por entidades que buscam promover a conscientização em torno das mudanças climáticas e do uso descentralizado da energia solar, na região que tem uma das maiores incidências solares do mundo. O coordenador do Comitê de Energia Renovável do Semiárido lembra que o projeto tem como essência que vivemos em uma “casa comum”, que precisa ser protegida.
“O nosso projeto, como te falei, foi inspirado no documento muito importante do Papa que se chama laudato si, que significa louvado seja, louvado seja Deus pela criação, pela mãe terra, pela natureza […] a casa comum é a terra, que é a casa de todos nós. Então, essas coisas boas nós queremos para todas as pessoas que habitam essa casa comum”, relata Anchieta.
“A placa solar vem nos lembrar que a energia está aqui. Nós temos toda essa capacidade energética e com a placa, nós podemos captar essa energia, gerar nova energia e multiplicar os nossos sonhos”, afirmou com empolgação a Irmã Wilma Alves.












