CONGRESSO EM FOCO //
A segunda visita do ministro da Justiça, Flávio Dino, à Câmara dos Deputados resultou em briga intensa entre os parlamentares. Em meio a ameaças de violência, xingamentos e gritos entre deputados, o ministro foi embora da audiência na Comissão de Segurança Pública, que foi encerrada por determinação de seu presidente, deputado Sanderson (PL-RS).
O atrito começou em meio à tentativa do ministro de responder aos questionamentos dos deputados Gilvan da Federal (PL-RS), Eder Mauro (PL-PA) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre a política desarmamentista adotada pelo governo, sobre sua visita à comunidade da Maré e sobre o combate ao crime organizado. Flávio Dino foi interrompido em sua resposta por Gilvan, iniciando uma briga que se intensificou até Duarte (PSB-MA) abrir uma questão de ordem acusando, aos gritos, quadros da oposição de violação do código de ética da Câmara.
O clima beligerante dos deputados já se manifestava desde o início da audiência, e Dino já havia anunciado que não permaneceria caso não retomassem o respeito no debate. Sanderson, em determinado momento, chegou a convidar os deputados que obstruíam a reunião a se retirar da comissão, passo previsto no regimento interno para anteceder eventuais expulsões.
Confira o pronunciamento de Dino ao sair da audiência:
Flávio Dino afirmou estar “com muita dor no coração como ex-integrante da Câmara e como senador” por precisar sair da comissão. Ele afirma que o ambiente de atrito foi estabelecido propositalmente por parte da oposição, e que o mesmo já tinha sido ensaiado em sua visita anterior, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no último dia 28
“Eles instauram um clima de ódio impossível de haver um debate. É impossível, a essas alturas, eu cumprir um convite. Eu vim aqui convidado, mas neste clima sem cumprir regimento, sem cumprir código de ética, sem decoro parlamentar, é impossível um ministro de Estado vir aqui ou por convite ou por convocação porque ele corre até risco de vida”, declarou.