JORNAL DA PARAÍBA //
A casa do empresário Antônio Neto, dono da Braiscompany, em um condomínio de luxo, em Campina Grande, foi um dos alvos da Operação da PF e do MPF deflagrada nesta quinta-feira (16).
Os agentes também fizeram busca e apreensão nas sedes da empresa em João Pessoa, Campina Grande e São Paulo.
A PF informou que dois sócios da empresa estão foragidos, mas não divulgou os nomes, apesar de sinalizar que os alvos de prisão temporária são Antônio Neto e Fabrícia Campos, oficialmente sócios principais da Braiscompany.
Além da prisão, houve determinação de sequestro de bens e suspensão parcial das atividades.
Enquanto a PF fazia a Operação, funcionários da empresa dizem ter recebido um áudio, com a voz dele, no qual Antônio Neto pede tranquilidade. O local onde foi gravado é desconhecido, mas no áudio há uma sinalização de que ele pode estar em São Paulo. Em um momento, na orientação aos funcionários ele diz:
Entregar o que eles pedem. Isso aconteceu aqui em São Paulo também e nós fizemos a entrega, de computadores, de operação”, afirmou.
O Conversa Política apurou com fontes oficiais que não houve entrega de documentos algum, como ele afirmou no áudio. E nenhuma declaração foi prestada oficialmente a PF. Os investigadores acreditam que é uma forma de ele ganhar tempo.
No primeiro trecho, no áudio atribuído a ele, foi dito:
“Olá pessoal, muito bom dia. Fui acordado aqui com ligações do meu jurídico, de Dayvson, seguranças. Hoje está acontecendo uma operação de busca e ampreensão na Braiscompany. Alguns de vocês podem ser chamados para depoimentos. Fiquem em paz e tranquilos. Se forem chamados, vão e prestem as informações. Eu e Fabrícia já fomos chamados, prestamos as informações, entregamos a documentação necessária e só precisa dizer a verdade” […] se preguntar quando começou atrasos, começou em dezembro. Só a verdade. Não tem o que falar, o jurídico já está trabalhando. Mas é mais um procedimento. Fiquem tranquilos, qualquer coisa eu estou à diposição”, disse Antônio.
O áudio foi obtido e divulgado, inicialmente, pelo jornalista Maurílio Júnior e confirmado pelo Conversa Política.
R$ 1,5 bilhão
A PF informou que aproximadamente R$ 1,5 bilhão em criptoativos foram movimentados nos últimos 4 anos, em contas vinculadas aos suspeitos. Entre eles, o sócio majoritário e responsável pelos negócios, Antônio Ais.
Foram cumpridos 8 mandados de busca e apreensão.
Os crimes investigados somam uma pena de 12 anos de prisão mais multa.
O nome da Operação é uma alusão ao aumento da dificuldade de mineração do bitcoin, que ocorre a cada quatro anos, preíodo semelhante a ascenção e derrocada do esquema investigado.
A Operação Halving, segundo a PF, tem o objetivo de combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais, segundo os investigadores, em tese, cometidos por sócios da empresa especializada em criptoativos.
