CONGRESSO EM FOCO //
Os integrantes da CPMI dos Atos Golpistas se reúnem nesta terça-feira (17), pela 23ª vez, para a apresentação do relatório final da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A oposição deve apresentar dois votos em separado (relatórios paralelos): um do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e outro a ser entregue, possivelmente, pelo deputado Delegado Ramagem (PL-RJ). Os textos alternativos só serão analisados se a maioria rejeitar as conclusões da relatora. A reunião desta terça deve ser reservada à leitura dos relatórios. A votação está prevista para esta quarta-feira (18).
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Eliziane não adiantou nenhum ponto de suas conclusões. Aliados da senadora, no entanto, apostam que ela responsabilizará o ex-presidente Jair Bolsonaro como autor intelectual dos atos golpistas de 8 de janeiro. Ela também deve propor o indiciamento de militares, como o ex-ministro general Augusto Heleno e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Acusado de omissão e de ser um dos autores da chamada minuta do golpe, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres também deve merecer destaque no relatório final.
Já a oposição tem dois alvos definidos: o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, mais conhecido como GDias. Como mostrou o Congresso em Foco, Izalci propõe o pedido de indiciamento dos dois auxiliares do presidente Lula, aos quais acusa de omissão.
Decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) influenciaram os trabalhos da CPMI, seja com a autorização para que os depoentes permanecessem calados, seja para que eles não comparecessem à comissão.
A CPMI não analisou nem a metade dos 2.098 requerimentos apresentados. Desses, 660 foram aprovados e 74, rejeitados. A comissão recebeu 656 documentos, que somam 7.444 GB de informações. Segundo a coordenação da CPMI, esse quantitativo corresponde, aproximadamente, a 9.600 armários físicos cheios de papel; 3.720 horas de vídeos HD; ou a 21.140 horas de áudio.