CONGRESSO EM FOCO //
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas retornou com o fim do recesso no Congresso Nacional nesta terça-feira (1) com uma movimentação da oposição, para exigir do presidente da Comissão, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), acesso às imagens do ministério da Justiça do dia 8 de janeiro de 2023.
Assista aqui à CPMI
A oposição citou como possibilidade para obter as imagens acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). Requerimentos da oposição demandam as imagens do ministério desde o início da CPMI. Entretanto, alegando que não há conexão com os atos de depredação, o pedido foi negado mais de uma vez pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.
O governo afirma que as manifestações se concentraram na Praça dos 3 Poderes e não na sede do ministério da Justiça. Parlamentares do governo apontam a iniciativa da oposição como uma tentativa de culpar Flávio Dino por omissão e de desviar do real intuito da investigação da CPMI.
Arthur Maia afirmou que irá colocar a concessão de imagens para votação entre o colegiado para determinar se o pedido das imagens das câmeras do prédio do ministério da Justiça serão obtidas por meio do STF. No início da semana, Dino negou o envio de imagens à Comissão porque elas integram um inquérito em andamento, que está sob sigilo, do STF.
Abin
A CPMI ouve nesta terça-feira (1), a partir das 9h, o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha, exonerado do cargo no início de junho pelo presidente Lula.
Cunha era o diretor interino da Abin em 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram a Praça dos Três Poderes, em Brasília. O militar, servidor de carreira da agência desde 1999, coordenou as ações de Inteligência relacionadas à organização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016, ambas realizadas no Brasil. A oposição pediu o depoimento de Saulo para reforçar a tese de que houve omissão por parte do governo Lula.
Autores do requerimento de convocação querem saber dele se há informações de eventual omissão por parte de agentes públicos na preparação da segurança pública no dia dos atos e se o fato de a Abin estar sem um diretor-geral no dia dos atos prejudicou a atuação do órgão.
Para reforçar essa tese, deputados e senadores oposicionistas também depositam suas fichas nos depoimentos do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Gonçalves Dias, e do fotógrafo da Reuters Adriano Machado, acusado pela oposição de participar do quebra-quebra no dia 8 de janeiro ao combinar imagens com supostos “infiltrados da esquerda”.











