CMJP
Vereadores se reuniram com o secretário de Meio Ambiente, Welison Silveira, na manhã desta quinta-feira (4)
A Comissão Especial Parlamentar de Acompanhamento e Cuidados criada, na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), com a finalidade de acompanhar os desdobramentos do caso do jovem que morreu no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), no último domingo (30), se reuniu com o secretário de Meio Ambiente, Welison Silveira, na manhã desta quinta-feira (4). Gerson de Melo Machado, de 19 anos, não resistiu aos ferimentos ao ser atacado por uma leoa após invadir o recinto do animal.
Além dos membros da Comissão, composta pelo presidente da Casa, Dinho Dowsley (PSD), e pelos vereadores Durval Ferreira (PL), Fábio Carneiro (Solidariedade), Guga Pet (PP) e Marcos Henriques (PT) e Odon Bezerra (PSB), participaram da reunião a diretora do Parque, Milena Simões, a bióloga Marília Maia, o médico veterinário Diego Pontes e a secretária de Segurança Urbana e Cidadania, Capitã Rebeca.
Durante a reunião, os vereadores solicitam informações sobre o caso e quiseram saber se houve negligência, falha na segurança e as providências tomadas após o ocorrido. Dinho destacou que a Comissão foi criada para assegurar a transparência e lisura nas medidas tomadas pela Prefeitura de João Pessoa diante do fato. “Vamos acompanhar todas as etapas do processo desse caso, que teve repercussão nacional e até fora do país”, afirmou o presidente.
Welison Silveira explicou que assim que houve a constatação do fato e da situação de morte a polícia foi acionada e abriu uma investigação sobre o ocorrido, que ainda está em andamento. “Temos três vieses para trabalhar diante desta situação: uma de atenção à vida dos visitantes, outra de atenção ao animal, outra de atenção aos nossos profissionais. De uma forma geral, as medidas necessárias foram tomadas, no calor do momento. A minha equipe sempre prezou pela transparência. Então, eu fiz questão de comunicar ao presidente Dinho sobre o que tinha acontecido e colocar a secretaria à disposição para prestar todas as informações que fossem necessárias”, esclareceu o secretário, informando ainda que o IBAMA, a Sudema, a Associação dos Doutores do Brasil, o Conselho de Medicina Veterinária e o gabinete do prefeito também foram comunicados sobre o ocorrido.
O secretário ainda informou que o Ibama é o órgão responsável pelo acompanhamento dos zoológicos e que existe uma instrução normativa para o setor, desde 2015, seguida por todos os zoológicos do Brasil, além de associações em toda a América Latina, de acordo com o grau do zoológico.
Ele também informou que o parque foi fechado até a finalização das investigações para garantir a segurança do animal, dos usuários e dos funcionários. “O inquérito policial não suspende o funcionamento, não houve nenhuma decisão judicial. A decisão foi nossa”, destacou.
Segurança
Sobre a segurança do local, Welison Silveira reforçou que o Parque segue todas as normas. “Para animais desse porte a norma exige um recinto com no mínimo de 70 m² metros quadrados para dois animais. Nós temos mais de 100 m² para um animal. A norma pede um recinto de 3 metros de altura, nós temos 6 metros de pavimento de muro de contenção e mais uma grade oblíqua, que dificulta ainda mais um acesso e, principalmente, a saída do animal. Então, aqui, excedemos a norma”, garantiu.
O secretário não descartou a possibilidade de, em razão do ocorrido, implantar medidas mais rigorosas, mas, reafirmou que não há obrigação em fazê-las tendo em vista que o Parque já atende todas as normas. Ele também informou que serão instaladas mais câmaras de monitoramento no Parque, além de reforço na segurança. “A Bica tem 24 hectares. Temos um plano de uso, plano de manejo, plano de contenção de risco. Temos o controle de público, através da bilheteria. Só que nós temos pontos de vulnerabilidade. A Secretaria de Segurança fez um relatório identificando alguns pontos de vulnerabilidade”, afirmou.
A Capitã Rebeca, secretária de Segurança Urbana e Cidadania, ressaltou que toda regra de segurança pode ser revista a qualquer tempo. “Estivemos aqui no mesmo dia do ocorrido, à noite, e fizemos algumas observações. A gente observou que alguns pontos estavam escuros e sugerimos a troca das lâmpadas. A instalação do Smart City no Parque também já foi agilizada. Toda regra de segurança pode ser revista a qualquer tempo. Se existem melhorias a serem feitas, a gente vai fazer. Agora, para que aconteça um crime, existe um triângulo, que é: uma vítima em potencial, um agressor motivado e um ambiente favorável. Aqui o ambiente não estava favorável, porque quem imaginaria que alguém conseguiria ultrapassar uma parede de seis metros de altura”, refletiu.
A leoa
Marília Maia, bióloga responsável pelo acompanhamento de Leona, a leoa, enfatizou que o animal é muito conhecido, e que os visitantes acompanharam seu comportamento e o tratamento que recebe, desde o seu nascimento no Parque. “Leona é muito conhecida pelo condicionamento positivo. Já se conseguiu fazer uma ultrassonografia sem precisar anestesiar o animal, sem precisar de contenções físicas. Ela ficou conhecida por isso, por receber carinho e ser um animal que adora interação. Os visitantes ficam no vidro e ela pedindo carinho. Ela é um animal extremamente carinhoso. Não significa que é dócil, ao contrário, é um animal silvestre, selvagem, com os instintos mantidos”, relatou.











